(UNICAMP - 2024)
| je ne parle pas bien* | |
| je ne parle pas bien | |
| je ne parle pas bien | |
| je ne parle pas bien | |
| eu tenho uma língua solta | |
| que não me deixa esquecer | |
| que cada palavra minha | |
| é resquício da colonização | |
| cada verbo que aprendi conjugar | |
| foi ensinado com a missão | |
| de me afastar de quem veio antes | |
| nossas escolas não nos ensinam | |
| a dar voos | |
| [...] | |
| reinvenção | |
| nossa revolução surge e urge | |
| das nossas bocas | |
| das falas aprendidas | |
| que são ensinadas | |
| e muitas não compreendidas | |
| salve, a cada gíria | |
| je ne parle pas bien | |
| [...] | |
| o que era pra ser arma de colonizador | |
| está virando revide de ex colonizado | |
| estamos aprendendo as suas línguas | |
| e descolonizando os pensamento |
* Je ne parle pas bien, do francês, significa “Eu não falo direito”.
Podemos afirmar que o uso repetido do verso Je ne parle pas bien no poema slam de Luz Ribeiro
expressa a necessidade de repetir muitas vezes uma mesma sentença como forma de resistir ao esquecimento de uma língua.
enfatiza a ideia de que a língua francesa do colonizador ainda não foi aprendida e precisa ser repetida várias vezes.
é uma constatação de que, na posição de ex-colônia, não conseguimos aprender línguas estrangeiras.
indica um posicionamento de resistência por meio de uma crítica à aprendizagem forçada da língua do colonizador.